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Bandeira da Vila Isabel representa a musicalidade da escola
03/02/2010 13:09
A bandeira da Unidos de Vila Isabel é uma das estampas mais ricas em símbolos. Tem um sol nascente, um pandeiro, uma pena, uma clave musical e uma coroa. Conheça mais uma história curiosa sobre as bandeiras das escolas de samba na série O Pavilhão.
Em plena década de 40, o bloco mais conhecido do bairro era de dar inveja. O Acadêmicos da Vila arrastava centenas de pessoas que, isoladas por uma corda, sambavam sempre fantasiadas com as cores vermelho e branco. Até que, em um domingo de carnaval, Antônio Fernandes da Silveira, conhecido como Seu China, teve a grande ideia em um dos bares da boêmia Vila Isabel.
“O Seu China e alguns amigos estavam ali na Praça Sete - um reduto no coração do bairro de Vila Isabel - assistindo ao desfile do bloco. Era um domingo de carnaval de 1945 e Seu China falou para os amigos: vamos fundar uma escola de samba!”, conta a diretora administrativa da Vila Isabel, Elizabeth Aquino.
Nascia o grêmio recreativo escola de samba Unidos de Vila Isabel. E, de prontidão, as cores mudaram ao gosto do Seu China, que antes fazia parte da escola de samba azul e branco, do Morro do Salgueiro. Ele adorava a combinação.
A bandeira foi colorida de branco e azul turquesa. “Pra gente ele é o azul céu e pra mim ele é o céu iluminado de Vila Isabel. O branco simboliza realmente a paz, aquela coisa tranquila, da gente se sentir sempre bem”, conta Elizabeth Aquino.
No centro, um brasão cheio de simbolismos. Representações do bairro e da musicalidade da escola. “Tem o sol nascendo que era a escola realmente nascendo, tem o sol nascente. Então, é a escola realmente nascendo. Depois, têm os elementos que dão a musicalidade: a clave de sol, o pandeiro e a pena. A pena era como se escrevia os sambas. A coroa simboliza a realeza na figura da princesa Isabel, que deu o nome ao bairro realmente”, acrescenta Elizabeth Aquino.
Logo abaixo, três grandes estrelas douradas para relembrar os campeonatos da escola no carnaval carioca: “1988, com “Kizomba, Festa da Raça”, de 2004, com “A Vila é para ti” e 2006, com “Soy Louco por ti América”, descreve a diretora administrativa.
Quando um casal de mestre-sala e porta-bandeira desfila com o pavilhão da escola, a intenção da dupla não se limita à nota máxima dos jurados. Na verdade, eles funcionam como mensageiros e anunciam que, atrás dessa bandeira, vem toda uma escola apaixonada pelo carnaval.
Juntos há três anos na avenida, Julinho e Ruth conhecem bem essa responsabilidade.
“É como na história antiga, medieval, quando o povo ia para conflito, para guerra, ia com a bandeira à frente e aquele que portava a bandeira tinha que trazê-la de volta e, se possível, trazer a do inimigo. Então, eu sei a importância que é eu estar protegendo a minha dama que carrega esse pavilhão com todo amor e é pura poesia estar defendendo o pavilhão da Vila Isabel com a Ruth Alves”, diz o mestre-sala Julinho.
Fonte: Bom dia rio - Rede Globo
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